Essa é uma das perguntas que mobiliza a pesquisa “O Custo da Exclusão Econômica LGBTI+”, desenvolvida em parceria com o Banco Mundial e o Instituto +Diversidade, que iniciará a fase de campanha para coleta de respostas no próximo dia 12 de junho. A pesquisa conta com a participação e o apoio de organizações que compõem um Consórcio: Grupo Conexão G de Cidadania LGBT das Favelas, Olívia LGBT, Motirô Bahia, Casa Neon Cunha, da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e Intersexos (ABGLT), da to.gather e da Pan American Development Foundation.
O que é essa pesquisa? Por que ela é importante? Como ela vai funcionar?
É uma iniciativa inédita no Brasil, realizada pelo Banco Mundial em outros países, e que busca estimar o custo econômico da exclusão de pessoas LGBTI+ do mercado de trabalho. O estudo visa gerar dados confiáveis para influenciar políticas públicas, ações privadas e iniciativas de inclusão com base em evidências.
Ela é importante porque o Brasil ainda não possui dados robustos e desagregados — isto é, que permitem uma análise mais detalhada, capaz de revelar tendências, padrões e insights para dimensionar o impacto da exclusão LGBTI+ na economia. Sem dados, não há políticas eficazes. Esta é uma oportunidade de construir um diagnóstico coletivo e qualificado.
Os dados serão coletados por meio de um questionário virtual, 100% anônimo, voltado para todas as pessoas LGBTI+ brasileiras com mais de 18 anos; grupos focais presenciais e entrevistas em quatro cidades (São Paulo, Salvador, Belém e Rio de Janeiro); além de escutas com grupos mais vulnerabilizados da comunidade LGBTI+, como pessoas trans, indígenas, pessoas com deficiência e outras.
Mas como promover a inclusão econômica de pessoas LGBTI+ de forma estruturada e com base em evidências?
A pesquisa não tem caráter censitário, isto é, não será realizada com toda a população LGBTI+, mas é metodologicamente criteriosa. Os dados serão analisados com rigor estatístico, buscando padrões relevantes e impactos mensuráveis do ponto de vista econométrico. Buscamos revelar quais os prejuízos causados pela exclusão sistemática de pessoas LGBTI+ da educação, do trabalho e da renda.
Construir esse conhecimento só é possível traduzindo a pesquisa para o contexto brasileiro. Por isso, o Consórcio formado para a elaboração e execução da pesquisa envolve uma rede de organizações mobilizadoras locais, responsáveis por ajustar a pesquisa às realidades locais. Nas últimas semanas de maio, iniciamos uma série de visitas às organizações parceiras, situadas em diferentes regiões do Brasil, como parte dessa construção coletiva. O objetivo foi promover presencialmente diálogos estratégicos com as organizações do Consórcio, definindo juntos os próximos passos e caminhos para a implementação da pesquisa.
No Rio de Janeiro, estivemos com o Grupo Conexão G de Cidadania LGBT das Favelas, que há quase 20 anos atua no Complexo da Maré na defesa dos direitos da população LGBTI+ moradora das favelas. Em Salvador, visitamos o Centro de Promoção e Defesa dos Direitos LGBT da Bahia para dialogar com a Motirô Bahia. Tivemos a honra de contar com a presença de Keila Simpson, referência nacional no movimento trans e coordenadora do CPDD-LGBT. Em Belém, nos reunimos com a equipe da Olívia LGBT, que há uma década está na linha de frente da promoção dos direitos LGBTI+ no Pará. No ABC Paulista, conhecemos de perto o trabalho da Casa Neon Cunha, espaço que acolhe a população LGBTI+ em situação de extrema vulnerabilidade. Todas essas organizações atuaram na realização dos grupos focais em Belém, Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador, além de trabalharem como mobilizadoras para maior alcance do questionário nos territórios, junto a populações cujos métodos online nem sempre dão conta de contemplar.
Mais do que levantar dados, essa pesquisa busca fomentar a inclusão econômica da população LGBTI+ no Brasil por meio do diálogo com quem está nos territórios e comunidades, construindo informações qualificadas sobre a realidade vivida por essa população. Queremos agradecer a cada organização pela recepção e pelo esforço em traduzir a pesquisa para os contextos específicos de cada uma. Em breve traremos mais novidades sobre o desenvolvimento deste estudo!
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Acompanhe nossas redes para mais atualizações sobre essa e outras iniciativas e já anote aí: no dia 12 de junho estará no ar o questionário que nos ajudará a mostrar, em números, que discriminação custa caro. E que investir na inclusão é transformar o futuro de todo o país!
Pesquisa mais que essencial! Parabéns!